sábado, 22 de setembro de 2012

O Morro dos Ventos Uivantes




Autor: Emily Brontë
Editora: Lua de Papel
Ano: 2009
Número de páginas: 292



Eu ganhei um exemplar do Morro dos Ventos Uivantes há muito tempo, não lembro ao certo quando, mas deve ter aproximadamente uns dois anos. Como tinha (e tenho sempre) muitos livros na lista de espera, fui deixando esta leitura para depois... Ano passado, no mês de junho, me decidi por ele. E fiquei apaixonada. Emily Bronte escreveu uma história emocionante, apesar das personagens serem detestáveis. É um romance intenso e sombio, que envolve amor e vingança em doses extremas: o amor entre Heathcliff e Catherine, criados juntos na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes. Heathcliff era filho adotivo do pai de Catherine e Hindley, o Sr. Earnshaw. Enquanto o irmão detesta Heathcliff, Catherine o adora. Com a morte do Sr. Earnshaw, Hindley começa a maltratar Heathcliff e procura separá-lo de sua irmã. Catherine começa então um relacionamento com Edgar Linton, rico morador da fazenda vizinha, criando em Heathcliff um grande complexo de rejeição e um ciúme que mais tarde se revelaria vingativo e mortal. Catherine, apesar de gostar de Heathcliff, se decide por Linton, por puro preconceito social.

Veja como a própria personagem descreve seu dilema:

“Meu amor por Linton é como a folhagem da mata: o tempo há de mudá-lo como o inverno muda as árvores, isso eu sei muito bem. E o meu amor por Heathcliff é como as rochas eternas que ficam debaixo do chão; uma fonte de felicidade quase invisível, mas necessária.”

Com o casamento entre Catherine e Edgar, Heathcliff vai embora do Morro dos Ventos Uivantes. Os anos passam e um dia ele retorna... e as coisas mudam muito na vida das personagens.

A história - um dos maiores clássicos ingleses - é um presente. Apesar de não ser de leitura fácil, é impossível se manter indiferente a afeição profunda que nasce entre Heathcliff e Catherine.

A própria Catherine nos revela a intensidade de seus sentimentos:

“Amo o chão que ele pisa, o ar que respira, tudo quanto toca e tudo quanto diz. Amo todos os seus olhares e todos os seus gestos,amo-o todo inteiro, completamente. É ele que me mantém viva. Se tudo mais perecesse e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir, e se tudo mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria para mim uma vastidão desconhecida, a que eu não teria sensação de pertencer.”

A história é marcada pela personalidade e caráter forte de suas personagens. Heathcliff é possessivo, vingativo e violento. Cathy é a vaidade e o egocentrismo em pessoa. Apesar de todas as maldades do protagonista, conseguimos vislumbrar sua humanidade atormentada, amargurada e decepcionada; por isso a emoção do sentimento não correspondido torna-se seu condutor.

É um livro adorável, apaixonante! O fio condutor da história é o AMOR - o amor não correspondido que, de uma forma destrutiva, aniquila tudo a sua volta, através da vingança, do ódio e do orgulho.

É fácil fazer uma analogia do nome do livro com a história. A fazenda dos Ventos Uivantes é como o coração destes dois amantes - pura turbulência emocional, sacudido de uma lado para o outro, ao sabor da paixão que os aniquila.

“Me deixe louco. Mas não me abandone neste abismo onde não posso encontrá-la. Não posso viver sem a minha vida. Não posso viver sem a minha alma." 
(Heathcliff, sobre Cathy)

“Eu sou Heathcliff! Ele está sempre, mas sempre no meu pensamento; não como uma fonte de satisfação, que eu também não sou para mim mesma, mas como eu própria. Seja qual for a matéria de que nossas almas são feitas, a minha e a dele são iguais.”
(Cathy, sobre Heathcliff)

Recomendo esta leitura!


5 comentários:

Susi, a Filha do Rei disse...

Também super recomendo. Lí uma edição do tal livro há 32 anos atrás. Já assisti várias versões desse filme esse ano estreará a 1{ versão do filme em que Heathcliff será interpretado por um negro. Não vejo a hora. E em pesar que em 1939 mulheres não podiam lançar livros então Emily Bronte se disfarçou e assinou como um homem, o romance explodiu e um ano após ela faleceu. Amo muito

* Edméia * disse...


*Dalva ... é muito romantismo para

o meu gosto ! Não lerei. Todavia,

agradeço a sugestão !:)

Silvana Haddad disse...

Oi Dalva:

Eu também já li este livro há muito tempo atrás, e recomendo.
O texto é bastante denso, mas a estória, vale a pena.
Bom fim-de-semana!!!!
Bjs.:
Sil

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Dalva, deve ser mesmo um livro fortissimoporque me lembro do filme que foi forte demais.

Tb tenho alguns livros por aqui a espera.

É bom assim, porque ai temos sempre algo para ler.

Boa semana

Bjos

Emanuel disse...

Dalva, tudo bem? Se você gostou desta obra, sugiro que leia também Jane Eyre, escrito pela irmã de Emily, Charlotte Brontë.
E, paradoxal e sincronicamente, passei ontem a tarde toda ouvindo Wuthering Heights. Na versão do André Mattos, evidentemente. http://youtu.be/YBe5JIl4KR8
Um beijo!

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